A colheita de soja da safra 2022/23 em Mato Grosso, Estado que dá a largada nos trabalhos no Brasil, deve ganhar ritmo a partir desta segunda quinzena de janeiro, após um plantio realizado um pouco mais tarde do que no ciclo anterior em algumas regiões, disseram produtores.

O presidente da associação de produtores Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, disse que os trabalhos são realizados ainda em poucas áreas, de forma isolada.

“(Houve) uma lavoura ou outra colhida, muito incipiente, a colheita iniciou mesmo no dia 15 deste mês, e assim segue”, afirmou Galvan.

A associação mato-grossense do setor Aprosoja-MT informou que os agricultores que estão em fase de colheita são de regiões com irrigação por pivô. Em geral, há o plantio de algodão segunda safra na sequência.

Algumas colheitas foram realizadas em dezembro, antes mesmo do Natal, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Entre as fazendas que tinham iniciado os trabalhos estão as do grupo Amaggi, do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi.

Do município de Vera, perto de Sorriso (maior produtor de soja do Brasil), o agricultor Elso Pozzobon confirmou que a colheita ainda está em estágio “embrionário”, mas a expectativa é positiva.

Safra recorde, pressão de preço

Apesar das instabilidades climáticas ocorridas ao longo do plantio de soja, o Brasil ainda deve colher um recorde de 153,8 milhões de toneladas na safra 2022/23, que só não é maior devido à falta de chuvas no Sul, conforme estimativa divulgada nesta semana pela consultoria StoneX.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque, os preços da soja ainda estão encontrando suporte na questão climática, em meio a preocupações do mercado com o que acontece no Sul e na Argentina.

“Mas lembro que estamos falando dos preços disponíveis, que nesse momento ainda representam os últimos volumes de safra velha…”, disse ele.

“A entrada da safra nova deve pesar sobre os preços a partir de fevereiro, ou até um pouco antes, mesmo com os problemas climáticos”, concluiu o analista, comentando sobre a expectativa de colheita recorde no Brasil, maior produtor e exportador global.

Fonte: Forbes